Contrariando uma orientação de seu próprio partido, o deputado estadual Gabriel Guerreiro (PV) declarou que não irá assinar o requerimento que cria a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as irregularidades na Assembleia Legislativa do Estado. Na semana passada, o presidente estadual do PV, José Carlos Lima, recomendou que Guerreiro apoiasse a CPI. Ontem, porém, o parlamentar demonstrou já ter tomado a sua decisão. 'Eu acho a CPI uma coisa absolutamente desnecessária', disse. 'Nós não somos investigadores, é uma questão política que tende a desgastar a Assembleia. Os deputados estão submetidos às investigações do Ministério Públivo e vão ter que se responsabilizar pelos seus atos. Eu sou favorável à apuração, agora, fazer uma ação puramente política, eu sou contra. Algumas pessoas dizem que só a Assembleia apurando é que vai se descobrir. Não tem nada disso, haja visto que o presidente (Manoel Pioneiro) abriu a casa para ser investigada', justificou.
Com a decisão de Gabriel Guerreiro, instalar a CPI se tornou uma tarefa ainda mais complicada, mesmo diante de toda a pressão popular. Atualmente, o deputado Edmilson Rodrigues, autor da proposta de criação da Comissão, conta com apenas dez, das 14 assinaturas necessárias. Depois que o PV manifestou ser favorável ao projeto, ele esperava contar com o apoio de Guerreiro. Agora, a esperança é que Hilton Aguiar (PSC), Alessandro Novelino (PMN) e Pastor Divino (PRB) assinem o documento. Mesmo assim, ainda ficaria faltando a assinatura de um parlamentar. 'O Alessando Novelino me afirmou que se eu precisasse de uma assinatura, ele colocaria a dele. Eu vou para a pressão total. Eu quero pressionar o Pastor Divino', diz Edmilson.
Ele admite, no entanto, que convencer seus colegas de parlamento não será tarefa fácil. 'O jogo é duro, porque como envolve muita gente, acabou funcionando um pouco como válvula de retenção, todo mundo com medo de virar vítima. Talvez a melhor forma de fazer uma investigação que causasse menos estardalhaço seria com a CPI. Eu acho que isso é uma questão de dignificação do Poder Legislativo. É obrigação de qualquer instituição investigar qualquer ato irregular que ela cometa', acredita.
Fonte. Portal ORM
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