Vereadores denunciam agressões ao meio ambiente autorizadas pela prefeitura

Durante a discussão do projeto de Vanessa Vasconcelos sobre as sacolas de supermercados, Alfredo Costa (PT) e Augusto Pantoja (PPS) exibiram cópias de licenças emitidas pela prefeitura de Belém, assinadas pela secretaria municipal de Meio Ambiente, Sylvia Cristina Souza de Oliveira Santos e pelo diretor do Departamento de Controle Ambiental, José Claudio Moreira Cunha, para extração de areia em Mosqueiro. Chamou a atenção dos vereadores a rapidez incomum do processo e os termos do documento assinado pela Agência Distrital de Mosqueiro e a empresa Levi Pedro Severino, que se comprometeu a fornecer para a agencia 100 carradas de areia e aterro "em quantidade ilimitada" durante o tempo da licença, fixado inicialmente em 90 dias. Pantoja acusou frontalmente a Prefeitura de Belém pela frequência de casos de agressão ao meio ambiente no município. Numa resposta ao vereador SahidXerfan (PP), que mostrara preocupação com a capacidade do setor empresarial de absorver e cumprir a legislação ambiental sem ameaças à estabilidade do setor, dando como exemplo as restrições impostas ao setor da construção civil, Pantoja ressalvou que nenhum legislador de Belém pode ser contra a geração de empregos e muito menos antagonizar setores importantes como a da construção civil. "Mas temos de cuidar da confiabilidade das leis que esta Casa gera. Porque lá fora passamos a impressão de que fazemos leis para beneficiar grupos e setores econômicos ou políticos. Um exemplo disso pode ser o PDU", afirmou. Para ele atualmente a questão das sacolas plásticas de supermercados seria apenas a ponta do iceberg de problemas ambientais de Belém, que envolvem transito caótico, volume crescente de veículos, destruição de mananciais, contaminação de lençóis freáticos e construção desordenada. "No caso das sacolas, temos mesmo é de proibir o uso delas e o empresariado vai encontrar uma solução", resumiu. O vereador finalizou afirmando seu descrédito na atual administração municipal, principalmente no que se refere a ações relativas ao meio ambiente. "Nós, vereadores, corremos o risco de ser considerados os únicos culpados. Não se atreva a ficar calado quando você é eleito pelo povo", advertiu.