A exigência de que o professor
especializado em educação especial dedique 50% de sua carga horária às turmas
regulares de ensino, além de outras medidas que afetam situações funcionais e
perdas vantagens salariais foram as principais reclamações de professores e
pais de alunos contra Plano Estadual de Ações Integradas da Pessoa com
Deficiência, da Secretaria de Educação do Estado, durante sessão especial
realizada nesta quinta-feira (04.04) no plenário João Batista da Assembleia
Legislativa do Pará, a pedido do deputado Augusto Pantoja (PPS).
A educação especial é oferecida,
preferencialmente na rede regular de ensino, em salas com recursos
multifuncionais, nos Centros de Atendimento Especializados, nas classes
hospitalares e nos ambientes domiciliares aos 11.446 alunos com deficiências,
transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação,
matriculados em 2012 na rede estadual de ensino regular. “Este número é
crescente ano a ano. Em 2011, tivemos 9.821 alunos, sendo 5.933 na grande Belém
e 3.888 em outros municípios", informou a professora especialista Scheilla
Abbud Vieira, lotada na Escola
General Gurjão.
Para ela, a determinação imposta pela
portaria de nº. 295, de março de 2013 da SEDUC, coloca em risco o atendimento
especializado que era feito em tempo integral e cuja carga horária foi reduzida
em 50%. “O aluno vai sofrer um impacto educacional, pois não recebendo
acompanhamento adequado, prejudicará sua progressão acadêmica”, avaliou a
professora. Ela informou que a redução limita pela metade a capacidade de
atendimento do professor. “Não é só na gratificação de educação especial (50%)
que impacta, é no vencimento total que vai nos afetar salarialmente”, disse a
especialista, há mais de 20 anos trabalhando nesta área educacional.
“Os grandes prejudicados serão os
alunos de Educação Especial. A portaria e outras medidas tomadas só
demonstraram que não houve planejamento, muito pelo contrário”, discorreu
Emanuel Ó de Almeida, representantes das APAES do Estado. “Atualmente o número
de professores é insuficiente diante do crescente número de alunos que
necessitam de educação especializada”, diz a
professora Scheilla
Abbud. Para ela, a medida somente
duplica a carência de professores especializados.
As representantes da SEDUC na reunião
tentaram defender as medidas tomadas, no entanto tiveram que admitir a
necessidade de revisão da portaria. Não é intenção reduzir a carga horária e
nem retirar professor da educação especial, disse a coordenadora em exercício
de Educação Especial da Seduc, professora Roseane Garcia.
Ao final da reunião o deputado Augusto
Pantoja, informou que todas as contribuições feitas no debate serão
incorporadas no relatório que será remetido ao governador Simão Jatene e ao
secretário de Educação do Estado, Cláudio Cavalcanti Ribeiro. “A portaria ela é
equivocada, nós não podemos penalizar os professores, pois estaremos sendo
injustos com os alunos e suas famílias e a Seduc tem que ter um olhar
diferenciado com os alunos especiais”, falou.
(Imprensa ALEPA)
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