Acordos ficam para véspera do pleito

A menos de 20 dias para a eleição da mesa-diretora da Assembleia Legislativa do Pará as articulações caminham lentas e a disputa está bem distante de uma definição. Amanhã, o candidato governista Márcio Miranda (DEM) se reunirá com a bancada e dirigentes do PT no Estado, na sede do partido. Apesar do PT ter formalizado um bloco com o PMDB na corrida à eleição na casa, os dirigentes atenderam ao apelo do candidato governista, que promete apresentar seu projeto para administrar o parlamento estadual. “Estamos participando do processo com duplo objetivo”, explica um dos líderes do partido no Estado, deputado Carlos Bordalo. O primeiro deles, ressalta Bordalo, é fortalecer um bloco político que esboce uma posição crítica e diferenciada ao atual governo. Mas, também será levada em consideração que em um cenário de intensa disputa política, acentua o deputado petista, um parlamentar do partido poderá disputar a primeira-secretaria da casa. “Não se pode trabalhar com um único cenário, queremos ver mais para a frente”, afirma Bordalo.

Apesar de vislumbrar outros cenários para a disputa e de concordarem em se reunir com o candidato governista, os petistas, segundo Bordalo, se mantêm no bloco com o PMDB. “Vamos escutar o Márcio Miranda. Isso é republicano. Sabemos que ele é o candidato da base governista, do governador”, afirma.

Mas, afirma o deputado, o PT considera que um dos aspectos centrais da disputa na AL será uma reforma organo-funcional da casa. “A eficiência técnica é extremamente necessária, é preciso atuar de forma mais eficiente na condução da atividade legislativa”, acentua Carlos Bordalo, ressaltando que a busca do PT em disputar a primeira secretaria está justamente na tentativa de alcançar essa reforma.

Pelo PMDB, Martinho Carmona garante que sua candidatura está mantida apesar das articulações estarem quase paradas por causa do recesso parlamentar.
Ele assegura que nos últimos dias deste mês, praticamente às vésperas do pleito, marcado para primeiro de fevereiro, as conversações se intensificarão e os apoios serão definidos, de fato.

Além do PT, que formalizou bloco com o PMDB, Martinho Carmona afirma que mantém conversações com outras bancadas, mas que prefere não divulgar ainda os apoios já definidos à sua candidatura.

“A maioria dos deputados está viajando, muitos fora do Estado e até do País. Somente na última semana de janeiro deveremos fechar os acordos e partir para disputa final”, acentua o candidato peemedebista. 

Candidato governista segue com aposta no consenso

Márcio Miranda reafirma a disposição de incluir o PT na sua chapa que disputará a mesa-diretora da AL. E vai além: Miranda vislumbra também a junção do PMDB em um único chapão.

Miranda informa que fez um pedido por escrito ao presidente estadual do PT, João Batista Silva, e que vai reunir com a bancada na condição de candidato, apresentar seu programa de trabalho, o que pretende fazer no parlamento estadual, e mostrar que quer atuar em parceria com todos os partidos.
“Sou otimista por natureza, acredito em construir algo conjunto, com PT e até com o PMDB. Acredito muito nisso, formalizar única chapa é vontade minha e também do governador Simão Jatene”, enfatiza Márcio Miranda. Ele defende que o consenso na disputa é o melhor para o parlamento.

Em relação ao PMDB, que apresentou o candidato Martinho Carmona primeiro que os outros partidos, Miranda afirma que não solicitou reunião com o partido, em respeito ao candidato, pois diferentemente das outras bancadas, o PMDB já oficializou a candidatura.

Além do PT, que reunirá amanhã, às 15 horas, Miranda afirma que já reuniu com várias outras bancadas - e que no final do recesso parlamentar, na última semana, as articulações serão intensificadas. “Tenho dialogado com a maioria e vou programar novas visitas aos gabinetes parlamentares”, afirma. Ele não quis revelar quantos deputados já garantiram voto, mas disse que os três novatos já são voto garantido: os tucanos, Tetê Santos e Ítalo Mácola e Augusto Pantoja do PPS. (Diário do Pará)