No Sudeste, responsável por 70%
da capacidade de armazenamento do País, os reservatórios chegaram a apresentar
28% da capacidade, percentual que é igual a 72% da medida histórica de janeiro.
No Nordeste, os reservatórios estão com 30,6% da capacidade, o que significa
apenas 31% da média histórica. 'Agora a solução é fazer o ritual da chuva',
disse o secretário. Lopes acredita que o governo Lula errou ao não priorizar a
construção de usinas e agora o País poderá pagar um alto custo por isso. 'As
termoelétricas que estão em funcionamento foram instaladas na época de Fernando
Henrique Cardoso, contra aquele problema de racionamento que houve em 2001',
explicou. 'Durante oito anos de governo Lula não se construiu uma usina nova no
Brasil. Só no final do governo dele que ele começou a construir Santo Antônio e
Jirau, que só ficarão prontas em dois anos'.
O chefe da pasta no Estado não
descarta, entretanto, uma possibilidade de se evitar um racionamento, mas crê
na possibilidade de eventuais apagões no Estado do Pará e em outras regiões do
Brasil. 'Com as 708 termoelétricas instaladas, se não chover, elas vão ter que
começar a funcionar direto, 24h. E junto com essas que já existem, Tucuruí vai
conseguir produzir seus 8.470 megas com certeza, porque já começou a chover no
norte. Então, tem como evitar o racionamento, mas haverá apagões por aqui e por
ali', explicou.
Crise
- O ministro de Minas e Energia, Edison
Lobão, reafirmou, ontem, após a reunião do Comitê de Monitoramento do Setor
Elétrico (CMSE), que não há nenhuma possibilidade de um novo racionamento, 'o
País tem um estoque firme' de energia para manter o consumo durante um bom
período de 2013. 'Ficou a tranquilidade reiterada de que o País possui o
estoque de energia firme, seguro e em condições de atender a todas as nossas
necessidades', disse Lobão. 'O abastecimento em 2013 está garantido', completou.
O ministrou negou que a reunião
ocorrida com o CMSE tenha tido caráter de urgência devido à situação enfrentada
pelos reservatórios do Brasil. Segundo ele, o governo não adotará nenhuma nova
medida para garantir o fornecimento de energia para o País. 'As medidas de
segurança estão em prática, são as de sempre e as que sempre deram certo',
disse o ministro. Lobão explicou que o estoque de energia no País hoje é de
cerca de 120 mil megawatts (MW). Em 2001, na época em que foi decretado
racionamento de energia, o estoque era de cerca de 70 mil MW.
Apagão
- Com a falta de usinas, Nicias Lopes
reitera que há um problema iminente de energia no País. 'Só agora com a
presidente Dilma conseguimos inaugurar uma hidrelétrica, no estreito do
Maranhão. Uma obra que já estava em andamento desde o governo do Figueiredo. Ou
seja, nós não temos energia nova no sistema', explicou. 'A população cresce a
uma média de 3,5% ao na, o que é mais consumo de energia. Aumenta a população,
mas não aumenta a energia', criticou o secretário. 'E isso é culpa do governo,
principalmente porque o Ibama é do governo, não de outro País. O órgão passa
uma década pra liberar uma licença de operação de obras no setor elétrico. Tem
vários projetos que não são liberados. Só no Pará, por exemplo, você tem Belo
Monte que foi uma luta pra se dar início e já estão fazendo um crime, registre
isso, por favor, um crime quando constroem Belo Monte a fio d’agua, ou seja,
não tem reservatório, fazendo exigências ambientais absurdas, o que compromete o
futuro do País no que se refere à geração energia elétrica', completou.
Mesmo assim, Edison Lobão
garantiu que o corte de 20,2% nas contas de luz, que entra em vigor em
fevereiro, está garantido. Segundo ele, não há risco de desabastecimento da
indústria por conta do uso do gás na geração de energia pelas usinas térmicas.
'Essa redução acontecerá, a partir do próximo mês, como está prevista',
afirmou.
A tranquilidade do ministro
sobre o tema também conflita com a do secretário. 'Manter o preço baixo? O
preço do barril de petróleo fechou ontem, em Londres, na faixa de US$ 110. Para
você manter o preço do óleo diesel baixo no Brasil você está levando à falência
a Petrobrás, porque o nosso preço de óleo diesel no Brasil é fictício, ele não
é verdadeiro. Para que a inflação não disparasse o governo obrigou a Petrobrás,
tem que elevar o nível da Petrobrás, que importa gasolina, importa óleo diesel,
a manter um preço nacional totalmente defasado do preço praticado
internacionalmente. Aí é uma questão de opção, o governo quer levar à falência
a Petrobrás? Pode ser que ele queira levar, aí amanhã a nação através do
tesouro nacional injeta mais R$ 200 bilhões, como ocorreu no governo Lula, e
ela sai da falência de novo, mas o povo tem que saber, quem tá bancando isso é
o povo', explicou. 'A coisa só não está pior porque o crescimento do País, no
ano passado foi baixo, menos de 1%, disse. Lopes. (Jornal Amazônia)
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