Acompanhada pelo governador do Estado
do Pará, Simão Jatene e pelo vice, Helenilson Pontes, a reunião da Comissão
Mista do Congresso Nacional que analisa a Medida Provisória 599/2012 foi
encerrada nesta quinta-feira (9), sem votação do texto e foi convocada uma nova
reunião para a próxima terça-feira (14), às 11 horas, para que a discussão do
tema seja retomada.
O pedido de encerramento da sessão foi
feito pelo relator da MP 599/12, senador Walter Pinheiro (PT-BA) que pretende
reformular o texto da medida em conjunto com as discussões do Projeto de
Resolução 01/2013, aprovado na terça-feira na Comissão de Assuntos Econômicos
(CAE), que também trata de questões de tributação entre os Estados,
especialmente de alíquotas do ICMS (Imposto de Circulação de Mercadorias).
O relator manteve no texto da medida
provisória as duas Áreas de Livre Comércio no Pará, em Barcarena e Santarém,
solicitadas pelo senador Flexa Ribeiro. E apresentou texto complementar do
parecer sobre outras questões de que trata a MP, solicitando o encerramento da
sessão de hoje para que a questão seja debatida com maior profundidade junto ao
Governo Federal, outros Estados e demais parlamentares.
“A estratégia que foi assumida pelo
Estado terminou contribuindo para que a gente interrompesse um processo de
votação que era extremamente prejudicial ao Pará. A suspensão abre um tempo
necessário para que se rediscuta as alíquotas, a sistemática mais geral dessa
reforma, evitando o encaminhamento acelerado do projeto que já tinha como certa
a sua aprovação”, disse o governador Simão Jatene.
O governador também agradeceu o
empenho realizado em Brasília e renovou a convocação em defesa do Estado. “Tudo
isso até agora só foi possível graças ao empenho e dedicação de todas as
lideranças políticas, do setor produtivo, dos trabalhadores e da sociedade como
um todo. É um trabalho contínuo, mas que já mostra resultados. E por isso é
importante reiterar àquelas lideranças que ainda não se engajaram, por razões
mais diversas, que percebam a importância desse tema, não para esse ou aquele
partido, mas para o Estado, já que os efeitos disso que estamos debatendo hoje
serão sentidos futuramente. Então não estamos lutando em causa própria. Isso só
pode ser dito se afirmarmos que estamos tratando em causa própria como
paraenses, mas não como governador. Que todos os nossos representantes
políticos integrem essa frente em defesa do Pará”, completou Jatene.
O relator da MP 599/12, senador Walter
Pinheiro (PT-BA) elogiou a iniciativa do Governo do Estado e reforçou que
também não concorda com qualquer prejuízo ao Estado em relação ao ICMS. “A
gente tem que tentar ajustar as condições para que não se trate Estados da
mesma região com alíquotas diferenciadas. Se temos anomalias no enfrentamento
entre as regiões, que não é totalmente positivo, não podemos aumentar isso de
forma intrarregional, principalmente no caso do Pará, que tem importância para
o País e para a Região Norte”, disse Pinheiro.
O relator ainda afirmou que manteve no
texto da MP 599/12, as Áreas de Livre Comércio no Pará como uma estratégia de
salvaguardar o Estado caso não ocorram mudanças na reforma das alíquotas do
ICMS dentro do texto do PRS 01/13 aprovado na CAE e que ainda será analisado no
plenário do Senado.
“O Estado não pode deixar de ter
recursos para atender sua população. Então esticamos a corda para que tenhamos
a oportunidade de sentar e negociar, isto é, se vamos trabalhar com alíquota
igual na região ou então que o Pará tenha, como todos do Norte tiveram, Áreas
de Livre Comércio”, disse o senador.
Para o senador baiano, o Governo
Federal também já demonstra sensibilidade com a causa paraense. “O governo
federal abriu de uma vez por todas a sensibilidade para essa causa do Pará e de
outros Estados para entender que vamos ter que promover mexidas naquilo que foi
aprovado na CAE e no texto da MP 599 para atender todos entes da
Federação, inclusive o Pará”, disse Walter Pinheiro.
Entenda o caso
Em resumo, o relatório da reforma das
alíquotas do ICMS aprovada na CAE do Senado estabelece que seja definida
alíquota de 7% para as transações de produtos dos estados do Norte, Nordeste,
Centro-Oeste e Espírito Santo em direção aos estados das regiões Sul e Sudeste.
Porém, ficou de fora dessa regra a Zona Franca de Manaus e Áreas de Livre Comércio
do Norte, que mantiveram alíquota de 12%.
Apenas o Pará não possui áreas com
tributação especial e, por isso, a inclusão de duas ALCs no Pará via Medida
Provisória seria uma forma de garantir que o Estado tenha competitividade
frente aos demais da região Norte, caso o texto da CAE seja aprovado em
plenário na próxima semana. (Agência Pará)
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