Conforme um texto revelador publicado
no último mês de junho pelo economista Rogério Boeuri, no site Brasil,
Economia e Governo, do Instituto Fernand Braudel,
o retalhamento do estado do Pará seria insustentável do ponto de vista fiscal.
Enquanto o novo estado do Tapajós
gastaria 1,9 bilhão de reais apenas com o custeio da máquina administrativa por
ano, o equivalente a 44% de seu PIB, Carajás iria torrar 3,7 bilhões de reais
por ano em custeio.
Ressalte-se que essa montanha de dinheiro
seria engolida apenas pela burocracia dos novos estados. Como se sabe, o
Pará é um lugar riquíssimo em termos de recursos naturais, mas onde
as estradas e os hospitais exibem padrões subsaarianos.
Perguntado agora pelo blog sobre o
efeito que o desmembramento teria sobre o território remanescente do Pará,
Boeuri, que é pesquisador do IPEA, afirmou em primeira mão que o resultado
seria igualmente sombrio.
De acordo com ele, o novo Pará também
seria deficitário, com um custo estimado em 800 milhões de reais por ano aos
contribuintes.
“O déficit do novo estado do Pará
aconteceria porque ele perderia receitas numa velocidade e proporção maiores do
que conseguiria cortar as despesas”, diz Boueri.
Diante desses números, conclui-se que
a melhor escolha dos paraenses seria pela manutenção da integridade de seu
território. E como todos os demais brasileiros, eles deveriam exercer uma
pressão mais efetiva sobre seus governantes por maior eficiência nos gastos com
educação, saúde, segurança e transporte.
PS: Brasil,
Economia e Governo é
uma iniciativa dos economistas Nilson Oliveira, Marcos Mendes, Fernando
Menequin e Paulo Springer de Freitas. O objetivo do site, que é apartidário
e conta com a colaboração de pesquisadores de primeira linha, é oferecer
explicações acessíveis para questões de alta relevância, que dependam da ação
governamental e digam respeito a políticas públicas. (Exame)
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