O movimento, autodenominado “Rede
Sociais Unificadas”, lista 18 políticos paraenses (com fotos) e pede que os
paraenses “não votem mais nestas pessoas”. Entre os deputados que se tornaram
alvo deste início de boicote estão João Salame (PPS), líder da frente
pró-Carajás, e José Megale (PSDB), líder da frente pró-Tapajós. “O Pará vive o
pesadelo da divisão e, qual seja seu resultado final, as relações por regiões
nunca mais será a mesma", diz o manifesto. "As palavras fortes, o
preconceito gerado, a discriminação velada, a intolerância que temos vistos foi
incentivada por políticos que aqui chegaram década atrás em busca de um sonho”,
descreve a comunidade Cidade Nova, de Ananindeua, município a 19 quilômetros de
Belém.
Oficialmente, o movimento contra os
deputados que estão fazendo campanha pró-Carajás e pró-Tapajós não tem apoio
nem é incentivado pelas frentes do não. O deputado João Salame afirmou que esse
tipo de movimento é fruto do “desespero” dos unionistas pelo “crescimento da
campanha do sim”. “Eles tem medo do nosso crescimento e se manifestam de
maneira até xenófoba”, declarou o deputado.
Na internet, a campanha pró e contra a
divisão do Estado sempre teve uma intensidade maior que nas ruas do Estado.
Somente no Orkut, por exemplo, existem 150 comunidades com algum tipo de
discussão pró ou contra a separação do Estado. No Facebook, já foram criados
grupos também para discutir o assunto. Além disso, os paraenses também
espalharam vídeos no Youtube com reportagens mostrando os problemas nas regiões
que querem emancipação, para mostrar a importância da divisão e também com
depoimentos, de anos anteriores, de artistas contrários à divisão do Estado. Um
exemplo da força da internet é que o movimento do “Não” conseguiu convocar dois
protestos contra a criação de Tapajós e Carajás por meio da internet.
“Diríamos que, na internet, estamos
fazendo a pré-campanha. Somente agora é que surgem adesivos em carros, mas em
redes sociais, essa é uma discussão que já ‘pega-fogo’”, disse o blogueiro
Lucas Nogueira, de 17 anos, que é contra a divisão do Pará.
Debate
Além de movimentos contra deputados, a
intensificação da campanha trouxe também algumas declarações inusitadas de
líderes do movimento. A maior delas foi do deputado João Salame, na terça-feira
desta semana. Em um debate realizado, Salame desafiou a frente do “não” a
convencer o governador Simão Jatene (PSDB) a pagar o piso de R$ 1.187 aos
professores que passaram 54 dias em greve e a contratar 1.200 policiais para a
região metropolitana de Belém.
Se o governador pagasse o aumento e fizesse
a contratação dos policiais, ele disse que renunciaria ao mandato e faria
campanha pelo “não”. O desafio, segundo Salame, está de pé até às 24h desta
sexta-feira (18). “Eu mantenho o desafio porque sei que eles não vão cumprir.
Isso mostra o quanto a campanha contra a separação tem erros. Ora, se eles não
conseguem resolver os problemas de Belém como vão resolver do Estado inteiro?”,
argumentou Salame. (IG)
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