quarta-feira, 21 de maio de 2014

Exploração sexual infantil se torna crime hediondo

Nas duas últimas décadas, o fenômeno da violência sexual infanto-juvenil vem se apresentando como um problema social preocupante no cenário brasileiro e paraense em particular.
No entanto, os homens públicos deste país ignoravam este asqueroso crime e permaneciam inertes, sem coragem para a realização de ações consistentes de enfrentamento deste tipo de violência. Cabe ressaltar que as crianças e os adolescentes vulneráveis a esse tipo de violência sofrem danos irreparáveis para o seu desenvolvimento físico, psíquico, social e moral. Esses danos podem trazer conseqüências muito penosas para sua vida, como, por exemplo, o uso de drogas, a gravidez precoce indesejada, distúrbios de comportamento, condutas anti-sociais e infecções por doenças sexualmente transmissíveis.
Mas ao que tudo indica, a coragem surgiu e finalmente nossas crianças e adolescentes estão recebendo a atenção e proteção que sempre mereceriam ter tido.
A lei que torna crime hediondo o abuso sexual de crianças e adolescentes que fora sancionada na última quarta-feira (21), foi uma grande vitória para a infância e juventude. Tal lei veio em boa hora e é absolutamente necessária, já que, não raramente, constatamos que menores de idade são vítimas de pais, tios e outras pessoas em quem confiam ou a quem devem respeito, o que as deixam muito mais vulneráveis aos abusos.
Com pena prevista entre 4 e 10 anos, o crime é inafiançável. Quem for condenado cumprirá inicialmente a punição em regime fechado. Para progressão de pena, o réu primário precisará cumprir no mínimo dois quintos do tempo. No caso dos reincidentes, será obrigatório cumprir três quintos da pena.
Grave como a violência é o muro de silêncio que cerca essa situação, construído pela indiferença da sociedade e pela cultura da impunidade dos agressores. Para exemplificar tal dificuldade tratemos a questão da estrutura do judiciário, apenas 12,2%, ou 159 das 1.303 Varas da Infância e Juventude do país, são exclusivas para julgar casos envolvendo crianças e adolescentes, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). No caso do estado do Pará existem apenas 6 varas exclusivas.
Garantir os direitos pressupõe combater qualquer tipo de violação. Para isso é preciso punir de forma severa, com o rigor da lei, qualquer tipo de crime às nossas crianças e adolescentes. Isto é fundamental para um país que tem a Democracia como marca e que tem a proposta de se consolidar como uma nação garantidora dos direitos humanos

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