quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Divisionismo: Balão de Empáfia

São concretas as faces assombrosas deste Brasil. Dela decorre a inconsequência por que ora passa o Pará submetido a votar não, massivamente não, para livrar-se de malévolos políticos estranhos a esse Estado e que, acumpliciados à gente até de longe, tenta dirigir os rumos das terras paraenses. Tudo é real, apesar do absurdo. Não me atenho a peças ficcionais, por mais que alguns mentores da divisão do Pará parecerem saídos de romances risíveis, ou do teatro do absurdo, o absurdo em que a péssima política atual conseguiu desqualificar o que poderia ser uma política de bons princípios e acertadas medidas a favor de todos, não de uma casta riquíssima cujo talento maior é maquinar e maquiar saídas a mais riqueza pessoal, graças à sucção de inacreditáveis bilhões, muitos bilhões de reais a bolsos particulares.
A empáfia desses aí, o grotesco de seus modos, suas vozes empostadas, seus discursos de sumo nada, o promessário de que vão resolver isso e aquilo. Incrível como querem tudo a seu doce far niente, à despreocupação absoluta com o ruim dos outros, estes os reféns do sem-nada nos brasis reais, sem os véus dos idealismos excessivamente otimistas. Trato desse assunto com frequência de chatear; repitome, consciente de que não sou salvadora de coisa nenhuma nem de ninguém. Mas, dói o descalabro continuado, a atitude nem aí tão vigente, apesar do Brasil incendiado na torrente de problemões a resolver.
De outro lado, uma maioria, ciente dos desvios tão próximos a todos nós, só assiste ao adverso espetáculo da degradação do Brasil, entre o deixa rolar exasperante e falas de nada ter jeito, etc.Claro que depende de nós mudar, melhorar a vida, imprimir rotas mais risonhas a nosso País. Como aceitar e agasalhar no macio de nossa omissa vidinha a corrupção desbragada a todo vapor? Agem, as redes de corrupção. E, se, quando detectadas, assombram. Logo, cai o manto da impunidade generalizada, essa uma das mais graves ofensas, uma das mais terríveis violências ao Brasi l e sua gente que, apesar dos desmandos, vai levando tranco e levantando como der e puder.
Como admitir que nobres ministros deitem falação falsamente heróica, promovam roubos e desabem, face a provas concretas de formação de quadrilhas, eles sempre escapes a punições. Pobre da presidente, espremida no balaio dos que a bajulem com aparência de aptos a conduzir o País a bons termos. Quando a bem intencionada Dilma dá por si… Gente, a quem confiei um ministério? Mas também, D. Dilma, onde já se viu partidos de araque e não competentes especialistas serem donos absolutos de ministérios? O Brasil empaca nos ardis infames do surrupio do bem público. E que se exploda o povo. Quando da retomada dos morros cariocas aos traficantes ficam à mostra as entranhas das faltas, o modo como sobrevivem os asfixiados pela pobreza.
Um dos agudos problemas do País é não cortar já o mal pela raiz. Em Belém, desde quanto se mapeiam os antros de traficantes? E que acontece? Esfumam-se jovens drogados? Por todo o Brasil-Pará, atesta-se o abate entre si dos pobres soterrados por todo tipo de barbaridade. E nossas fronteiras? Todas livres à entrada de toneladas de drogas.
No Pará, outro exemplo, foi se levantando a louvação à divisão. Uma boa política foi deixando. E aventureiros arvorados em salvadores do Norte, estão aí a querer meter na cabeça até de paraenses que a solução dos males do Pará, comuns a todo Brasil, é o esquartejamento, o leilão de nosso solo entre cambadas de políticos ótimos em multiplicar seus já auríferos currais. A coisa foi e está aí, o aventureirismo berrando, a quer ditar ordens. E eles ainda se dão ao desplante de trazer outros de longe com cada uma! Só rindo pra não chorar. É, divisionista é osso duro de roer. Mas se rói. Estão aí estudos sérios à disposição de todos, números exatos, dados pesquisados por especialistas. Todos atestam os males da divisão. A esperteza segue, não está nem aí. O divisionismo quer reduzir o Pará a apenas 17% de seu atual território. Tapajós usufruiria de 58% e Carajás, de 24%. Lindinho, não? Mesmo que se tenha permitido que muito do atual Pará já tenha passado à área federal. Os males da pretensa divisão gritam não, não à divisão. E atenção, paraenses, é com emoção, sim, e com dados que o Pará precisa ser defendido. Falta de emoção têm eles, que chegaram de longe arrastando carências e agora transformam nosso Estado em casa de mãe Joana, onde todo tipo acha de meter o bedelho. Por falar nisso, alguém poderia me informar se alguma vez em sua já longa vida, o Sr. Paulo Henrique Amorim pelo menos se dignou a uma visita ao Pará? Com que cara, com que empáfia ele, que parece não se ter aclimatado na TV Globo e se ter aboletado na Record, vem a público defender o desmantelamento do Estado? Que sabe do Pará? Qual seu jogo no Pará? Os divisionistas, muitos estranhos ao Pará, visam a lucros com a divisão. Duda, Amorim, gente de Minas, de Goiás, todos uns mozarildos, uns balões de $ e de empáfia.

Artigo publicado no Jornal O Liberal no dia 18.11.11
Amarílis Tupiassu é doutora em Letras
lilatupiassu@orm.com.br

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