Quando a licitação foi suspensa, a
Prefeitura planejava ampliar a Zona Azul às transversais da Braz de Aguiar
(ruas dos Mundurucus, Tupinambás, avenida Conselheiro Furtado e perímetro da
praça Batista Campos). Segundo Ellen Margareth, a ideia da CTBel é aproveitar
os flanelinhas no novo sistema. 'Eu tive a confirmação da Secretaria Municipal
de Assuntos Jurídicos (Semaj), apesar de não ter lido um despacho ou decisão, e
por isso retomei o projeto. O nome deve mudar para ‘Belém Rotativo’ ou algo
semelhante, para tirar o nome negativo da Zona Azul. Agora vamos fazer em áreas
não residenciais e pretendemos começar pela avenida Presidente Vargas. Uma
mudança, que já estamos discutindo com as entidades dos flanelinhas é
aproveitar essas pessoas e indicá-las para serem contratadas pela empresa
Espaço Vago, com carteira assinada e remuneração fixa para cuidarem dos pontos.
Para isso, daríamos um curso de sinalização de trânsito, atendimento e
relacionamento interpessoal. Eles também teriam novo uniforme. As associações
nos entregaram um disco com uma relação dos pontos e dos flanelinhas, o que vai
nos ajudar a ter controle', diz Ellen.
O Tribunal de Justiça do Estado não
confirmou a decisão e nem foi possível entrar em contato com o juiz. A
reportagem entrou em contato com a Coordenadoria de Comunicação Social (Comus)
da Prefeitura de Belém para obter o número do processo e confirmar com a Semaj,
mas o expediente foi facultado na sexta-feira e não foi possível confirmar a
informação sobre o processo.
A relação conturbada entre motoristas
e flanelinhas tem uma extensa crônica, mas as histórias são sempre muito
parecidas: o flanelinha pede dinheiro para 'reparar' o carro e ajudar a
estacionar e, ante a recusa, há ameaças de danos ao veículo, ofensas e até
agressões. Por outro lado, há quem confie nos flanelinhas ao ponto de entregar
a chave do carro para manobras e limpeza. A Associação dos Lavadores e
Reparadores de Carros de Belém (ALRCB) e a Associação dos Trabalhadores
Guardadores de Veículos em Estacionamentos Públicos de Belém do Pará
(ATGVEPB-PA) estimam em 1,1 mil o número de flanelinhas cadastrados, sob
proteção da lei federal 6.242/1975 e da lei municipal 8.039/2001, que
regulamentam e reconhecem a profissão.
Transtornos - Ellen
Margareth diz que a atuação informal dos flanelinhas causa transtornos ao
trânsito e coloca os 'clientes' em risco de ter o carro guinchado por
estacionamento proibido. Ela adverte que o motorista não pode confiar que um
flanelinha impeça um guinchamento numa área proibida, pois eles só se importam
em ter espaço para colocar mais carros.
'O condutor tem Carteira Nacional de
Habilitação (CNH), mas o flanelinhas não. Então quem tem carteira precisa
respeitar regras, como não parar em calçadas, na porta de garagens de
residências ou comércios, 10 metros antes ou depois de paradas de ônibus ou
onde há placas proibindo o estacionamento. Já vimos casos em que o proprietário
do veículo disse que o flanelinha tinha dito para colocar o carro em lugar
proibido, mas na presença da fiscalização, o tal flanelinha não foi visto', ressaltou
Ellen. (O Liberal)
Nenhum comentário:
Postar um comentário