O autor do estudo é o psiquiatra
Ronaldo Laranjeira, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e
coordenador do Instituto Nacional de Políticas Públicas do Álcool e Drogas. Ele
quantificou uma das práticas mais comuns em bares de todo o Brasil. Seja em
praças, shows e em casa, o consumo de álcool por menores é um fenômeno já
aceito pela maioria da população, mas desrespeita a lei. Aos finais de semana,
não é difícil encontrar adolescentes reunidos em torno de diversos tipos de
bebidas. Um jovem de 17 anos, ouvido pela reportagem, conta que bebe desde os
nove anos, tenso se iniciado na própria casa. 'Comecei na cerveja, mas hoje eu
bebo mais whisky. Para meus pais, é melhor que eu beba dentro de casa. Também
bebo em festa de aparelhagem', revelou o adolescente, dizendo ainda que bebe na
medida. Um dos locais prediletos para beber, segundo ele, é na Doca, avenida
Visconde de Souza Franco.
Um levantamento publicado na revista
Drugs and Alcohol Dependence revela que, durante o ano em que a pesquisa
transcorreu, um em cada três jovens no Brasil se embebedou pelo menos uma vez.
O estudo foi desenvolvido pelo Departamento de Medicina Preventiva da Unifesp,
com o objetivo de relacionar o perfil socioeconômico ao consumo excessivo de
álcool. De acordo com a pesquisa, que entrevistou 17 mil jovens entre 14 e 18
anos, os ricos bebem com mais freqüência. Praticamente a metade dos
entrevistados da classe A - com renda familiar superior a R$ 10 mil - ficaram
'de porre' ao menos uma vez no último ano. O valor é quase o dobro do
registrado nas classes D e E - com renda média familiar de R$ 600. Seja em
botecos da esquina ou em boates da capital paraense e de todo o Brasil, não há
dificuldade para se comprar bebida. (O Liberal)
Nenhum comentário:
Postar um comentário