domingo, 15 de julho de 2012

Belém 'libera' álcool para os menores

Belém pode ser considerada uma das capitais brasileiras - senão a principal - com maior índice de consumo de bebidas alcoólicas entre adolescentes. É o que aponta pesquisa inédita realizada em sete capitais - São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Belém e Campo Grande - e publicada na edição da última semana da revista Veja. De acordo com o estudo, em todo o País, adolescentes que tentam comprar bebida são bem sucedidos em 70% das ocasiões. Dentre as capitais avaliadas - de Norte a Sul - Belém foi a que registrou o maior índice, que chegou a 88%, seguido de Rio de Janeiro (RJ), com 86%. O desrespeito à legislação brasileira, que permite consumo e venda de bebidas apenas a pessoas maiores de 18 anos, se soma aos prejuízos do consumo precoce de bebidas alcoólicas.
O autor do estudo é o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenador do Instituto Nacional de Políticas Públicas do Álcool e Drogas. Ele quantificou uma das práticas mais comuns em bares de todo o Brasil. Seja em praças, shows e em casa, o consumo de álcool por menores é um fenômeno já aceito pela maioria da população, mas desrespeita a lei. Aos finais de semana, não é difícil encontrar adolescentes reunidos em torno de diversos tipos de bebidas. Um jovem de 17 anos, ouvido pela reportagem, conta que bebe desde os nove anos, tenso se iniciado na própria casa. 'Comecei na cerveja, mas hoje eu bebo mais whisky. Para meus pais, é melhor que eu beba dentro de casa. Também bebo em festa de aparelhagem', revelou o adolescente, dizendo ainda que bebe na medida. Um dos locais prediletos para beber, segundo ele, é na Doca, avenida Visconde de Souza Franco.
Um levantamento publicado na revista Drugs and Alcohol Dependence revela que, durante o ano em que a pesquisa transcorreu, um em cada três jovens no Brasil se embebedou pelo menos uma vez. O estudo foi desenvolvido pelo Departamento de Medicina Preventiva da Unifesp, com o objetivo de relacionar o perfil socioeconômico ao consumo excessivo de álcool. De acordo com a pesquisa, que entrevistou 17 mil jovens entre 14 e 18 anos, os ricos bebem com mais freqüência. Praticamente a metade dos entrevistados da classe A - com renda familiar superior a R$ 10 mil - ficaram 'de porre' ao menos uma vez no último ano. O valor é quase o dobro do registrado nas classes D e E - com renda média familiar de R$ 600. Seja em botecos da esquina ou em boates da capital paraense e de todo o Brasil, não há dificuldade para se comprar bebida. (O Liberal)

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