Os
altos índices de violência e degradação contra os jovens pobres,
sobretudo negros, residentes na periferia de Belém, foi o tema da
audiência pública presidida pelo vereador Augusto Pantoja (PPS), nesta
segunda-feira, 20. Participaram do encontro o Centro de Defesa da
Criança e do Adolescente, Ministério Público, Secretaria de Estado de
Justiça e Direitos Humanos, entre outras entidades, além de dezenas de
pessoas residentes nessas áreas afetadas pela violência, algumas delas
parentes de vítimas da ação de "verdadeiros grupos de extermínio
assassinando jovens" como assinalou Augusto Pantoja na abertura dos
trabalhos.
O
vereador do PPS foi incisivo ao expor os objetivos do encontro,
conclamando autoridades e a sociedade para a efetiva mobilização contra a
violência que abate os jovens pobres das periferias, de modo que em um
primeiro momento possam ser identificadas as causas e, depois, implantar
ações que visem deter e mesmo por fim à "degradante situação das nossas
periferias", disse. Pantoja destacou que existe um verdadeiro clamor na
sociedade para saber o que realmente as autoridades estão fazendo para
elucidar e por fim à "vergonhosa situação, na qual jovens pobres das
periferias são exterminados".
Para o vereador Augusto Pantoja, a
questão das drogas está, sem dúvida, na ponta na tentativa para
identificar o problema, mas que também contribui de muitas formas a
"insensibilidade da sociedade, para com cerca de 700 mil pessoas que
vivem em área de invasão constituindo verdadeiros guetos", alertou. O
vereador do PPS destacou que essa realidade ofende a todos os membros da
sociedade responsáveis. Informou que os resultados da audiência pública
estarão contidos no texto de uma Carta Aberta a ser enviada ao
governador do estado e ao prefeito de Belém, além das demais autoridades
envolvidas com o drama da violência.
A coordenadora de Política de Igualdade
Racial da Secretaria Estadual de Justiça, Raquel Teixeira, informou que
já foram elaborados programas, agora condicionados à liberação de verbas
federais, para a efetiva implantação de ações contra a violência. O
secretário de justiça, Adriano Brasil, enfatizou de início a necessidade
de mudanças de comportamento e pensamento com relação às pessoas, como
um primeiro passo para enfrentar a questão da violência. Informou a
existência de políticas públicas voltados para a educação de jovens com o
objetivo de livrá-los dos traficantes. Citou ainda o programa Pró-Paz,
que atende cerca de três mil crianças, preparando-as para o exercício da
cidadania. Isso tudo aliado às ações policiais preventivas. Segundo
ele, os efeitos desses programas já são sentidos em áreas antes
intensamente violentas, como o bairro da Terra-Firme, que registrou nas
últimas estatísticas, queda considerável nos níveis de violência. Foram
ouvidos também o reverendo Possandilha, representando o deputado federal
Arnaldo Jordy, que aludiu a três fatores contributivos para a realidade
das nossas periferias: segurança pública, educação e crise de valores.
Outras autoridades foram ainda ouvidas pelo plenário, apontando
estatísticas sobre a realidade da violência em Belém e em todo o Pará,
como a sra. Lesla Batista, da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia
Legislativa; o secretário de segurança pública adjunto e o Dr. Bruno
Guimarães, do Emaús, que formulou ainda críticas perguntas às
autoridades presentes sobre a aplicação de políticas públicas em favor
da juventude. A audiência foi concluída com as manifestações de vários
jovens envolvidos em associações e clubes que se voltam para minimizar
os problemas dos jovens pobres e, sobretudo negros, residentes nas
periferias de Belém. O vereador Augusto Pantoja definiu aos presentes
que em poucos dias será entregue às autoridades e ao público a carta
documento resumindo o debate em torno dos problemas discutidos na
audiência pública.
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quarta-feira, 21 de março de 2012
CMB discute extermínio de jovens em Belém
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