Estudo aponta reajuste de 315% em produtos e serviços em Belém

O Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgou, nesta sexta-feira (6), um balanço do valor de alguns serviços e produtos em Belém e em alguns pontos mais distantes da capital, desde a implantação do Plano Real, há 18 anos vigente no Brasil. O relatório constatou que a inflação acumulada neste período ficou em 315%. A pesquisa foi feita no período de julho de 1994 a junho de 2012.

A energia elétrica e a água, por exemplo, foram dois serviços que sofreram um reajuste considerado alto, girando em torno de 300%. Já os combustíveis, entre eles, gasolina, álcool e óleo diesel, sofreram um reajuste ainda maior, responsáveis por um aumento de 428% a 537% neste serviço em Belém.

O menor reajuste entre os combustíveis neste período ficou com o litro do álcool/etanol, com 428%. Já o óleo diesel foi o que apresentou maior reajuste, ficando em torno de 541%. Confira abaixo alguns dos serviços pesquisados pelo Dieese e seus respectivos aumentos:

- Gás de cozinha, um dos grandes aumentos levantados pela pesquisa, com reajuste acumulado em 678%;
- Transporte coletivo, que apresentou o segundo maior reajuste, com 669%;
- Táxi, com reajuste de aproximadamente 300%.

Este estudo constatou que o modelo econômico brasileiro já passou por uma série de turbulências, ficando em vários momentos refém da economia internacional. Mas, o Plano Real conseguiu, de acordo com o Departamento, trazer uma estabilização econômica para o país, e com isso domar a inflação que, em março de 1984, chegou a 80% ao mês. Ainda de acordo com o Dieese, atualmente, a inflação mensal não chega a 0,5 % e em 12 meses fica em torno de 5%.

O Índice Nacional de Preços a Consumidor, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no período entre julho de 94 e junho de 2012, está estimado em torno de 315%. Neste mesmo período os salários, com exceção do mínimo, tiveram reajustes bem menores, mesmo computando os ganhos reais recentes obtidos pelos trabalhadores no período mais recente.